Há uns dias durante uma conversa com o meu chefe sobre o dia de Finados (que se aproximava) ele disse que ia ver a mãe e o pai e os familiares (fiquei a pensar nos meus e na minha linda, querida, fofa e adorada Kessy) e às tantas diz “ah daqui nada também lá estou!”
O senhor, em causa, tem 72 anos, já não é um rapazinho, mas ainda tem muita vivacidade e um cérebro espantosamente cheio de informação, e então eu ripostei “Credo chefe! Não pense assim!” Ao que ele me responde: ” Ontem inventei uma frase e no local onde a disse ficou tudo em choque a olhar para mim: a vida é uma doença mortal que se transmite sexualmente. E com isto está tudo dito” e deixou-se rir. Eu, obviamente, fiquei parva a olhar para ele, mas percebi o seu ponto de vista.
Ora, na nossa vida, a única certeza que todos temos é que um dia morreremos, isto, de certeza absoluta! Claro que a vida não pode ser só vista como “uma doença mortal” senão não estamos cá a fazer nada.
Contra mim falo, chamam-me muitas vezes pessimista, eu julgo que sou, apenas, realista, mas acho que, no meio da confusão que é o dia-a-dia, no meio de tanta informação e de tantos acontecimentos que um dia pode abarcar, temos de ser optimistas. Mas não em demasia, senão depois vivemos, sistematicamente, desiludidos.
Aos 72 anos, depois de ter estado na guerra, depois de mudar de país, de ter não-sei-quantos empregos espectaculares, de ter um conhecimento assustador acerca de tudo e mais alguma coisa, se calhar o meu chefe tem razão. Os anos pesam e as pessoas a partir de uma certa idade passam de “experientes” a “ele já não sabe o que diz”.
Eu tento absorver o que as pessoas mais velhas têm para ensinar, mas infelizmente os países ocidentais padecem deste mal, que é desrespeitar ou menosprezar as pessoas mais velhas e teimarem em ridicularizar a experiência que a idade lhes trouxe. Por enquanto, vou tentando aprender tudo o que posso, pois sei que um dia tudo acaba, até eu acabarei.
Vou desfrutar enquanto cá estiver. Apesar de já ter encontrado muita amargura na vida, continuo a tentar.
Beijos e abraços
A vida é um milagre! TAmbém compreendo o porquê da frase do senhor, mas acho que chamar-lhe doença, é um cadito mau (embora, na brincadeira, e para explicar certas coisas, essa frase faça todo o sentido).
ResponderEliminarÉ um milagre que acontece todos os dias à nossa volta, através de nós próprios e daqueles que nos rodeiam! Um dia esse milagre não termina, apenas se altera para outra forma de estar...
O conhecimento: é verdade o que dizes... tive 1 prof, que nos atulhou com fotocópias de todo o conhecimento dele, e quando nos queixámos de que era mta matéria, a resposta dele foi: mas vocês não veêm que eu qualquer dia morro, e o meu conhecimento perde-se pra sempre e isso não pode ser?!"
Deste astrofísicas, até ao saber preparar azeitonas numa talha, todo o conhecimento é importante, pelo que, não o devemos desprezar. E sim, é verdade, que inevitávelmente, quanto mais velhos, mais experientes, e infelizmente, mais desprezados! :S
Mas não nos podemos esquecer de não deixar morrer o nosso conhecimento connosco, por mais pequeno que ele seja, é sempre útil!
Beijinhos e continuem com a boa escrita. c",)